quarta-feira, 25 de junho de 2014

CIÊNCIA E FUTEBOL


A revista espanhola "Quo" de divulgação científica, aproveitando a ocasião do campeonato do Mundo de Futebol, fez uma selecção dos melhores cientistas espanhóis. Um deles foi Pedro Echenique, um físico  basco que recentemente esteve no Porto na Conferência de Ciência da Fundação Francisco Manuel dos Santos.  Outro, curiosamente, é português,  biólogo marinho do CSIC que nasceu em Lisboa em 1960. Outro ainda é um investigador espanhol na área do cancro, Joan Massagué, que trabalha nos Estados Unidos há muitos anos. É este último que sugeriu através da revista uma "fórmula mágica" para resolver o problema do financiamento da ciência espanhola.:
"Com o orçamento da Selecção espanhola de Futebol podíamos travar a actual perda de talentos. Com os talentos no interior do país, poderíamos retomar o processo de converter a investigação de excelência em indústria de impacto. Com indústria de impacto abriríamos novos mercados num valor de 7000 milhões de euros logo de entrada. E com 10% deste benefício financeiro financiaríamos a Selecção espanhola de Futebol."
Foi isto mesmo que sugeri para o caso português ontem na sessão de ciência que teve lugar na sala do Senado da Assembleia da República (sobre o que lá se passou ver, por exemplo, aqui). Fui ver qual era o orçamento da Federação Espanhola de Futebol, cuja equipa principal conseguiu ser campeã do mundo e da Europa, e encontrei 110 milhões por ano (dos quais parece que 70 milhões são para a equipa campeã, que naturalmente dá lucro, pois o retorno é superior a esse valor). para comparar, vi o orçamento da Federação Portuguesa de Futebol, que era de 40 milhões por ano (não sei quanto é só para a selecção). Pareceu-me algo desproporcionado, isto é, a Federação Portuguesa de Futebol tem uma orçamento demasiado para o que consegue fazer. Os resultados não se comparam, embora no Mundial deste ano a selecção espanhola tenha ficado pelo caminho. Mas ao menos ganharam brilhantemente o último jogo. Mas, além disso,  a Espanha é cerca de cinco vezes maior do que Portugal e tem um PIB bem maior do que o nosso.
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